• 27 June 2024
  • Fundamentos

5 crises financeiras globais que abalaram o mundo

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Já há muito tempo, as crises financeiras têm causado grandes problemas para a economia mundial, prejudicando países e pessoas. Este artigo apresenta cinco grandes crises financeiras que afetaram o mundo inteiro. Cada um desses acontecimentos mudou as economias e as políticas e mostrou os pontos fortes e fracos dos sistemas econômicos. Em crises assim, a negociação Forex tem ajudado a lidar com a incerteza e ganhar dinheiro com as mudanças no mercado.

A Grande Depressão (década de 30):

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Índice de preços das ações de Nova York

A Grande Depressão, ocorrida na década de 1930, foi uma das crises econômicas mais profundas e impactantes da história moderna. Essa crise foi desencadeada pelo tombo das cotações das ações em Wall Street e afetou o mundo inteiro. A Grande Depressão durou de 1929 a 1939, quando começou a Segunda Guerra Mundial. Durante esse período difícil, muitas pessoas em todo o mundo perderam o emprego, muitas empresas fecharam e o comércio global recuou consideravelmente. À medida que seus efeitos se espalharam pelos continentes, a Grande Depressão deixou claro como que a economia mundial é interligada.

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Taxa de desemprego nos EUA durante a Grande Depressão

Na década de 1920, antes do tombo da bolsa, a economia dos Estados Unidos crescia rapidamente. E assim a década ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. Entre 1920 e 1929, a riqueza do país aumentou em mais de 100%, graças à industrialização e ao ritmo aquecido de consumo da população. Porém, por trás de toda essa prosperidade havia riscos despercebidos que logo se tornariam grandes problemas. Na década de 1920, a Bolsa de Valores de Nova York, em Wall Street, na cidade de mesmo nome, era o principal centro das atividades financeiras. Gente de todos os tipos — de investidores ricos a trabalhadores comuns — investia suas economias em ações, causando a subida disparada das cotações. No entanto, essa disparada das ações não era sustentada pelo ritmo de produção. As pessoas começaram a perder o emprego. As cotações se desvincularam da economia real, e assim acabaram despencando.

Crise da dívida pública na América Latina (década de 80):

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Transferência de recursos em % do PIB na LATAM

Na década de 1980, a América Latina teve um grande problema de endividamento. Os governos da região pegaram muito dinheiro emprestado e os credores não foram cuidadosos ao conceder esses empréstimos. Na década de 1970, os países latino-americanos pegaram muito dinheiro emprestado dos bancos dos EUA e de outros credores, gerando uma enorme dívida. Com o descuido dos credores na concessão desse crédito, a América Latina teve um grande problema na década seguinte. No final de 1978, a dívida havia aumentado de US$29 bilhões para US$159 bilhões. Em 1982, ela chegou a US$327 bilhões.

A crise começou em agosto daquele ano, quando o México disse que não teria condições de pagar a dívida de US$80 bilhões contraída junto ao Federal Reserve, ao Departamento do Tesouro dos EUA e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa notícia se espalhou pela América Latina e fez com que mais países dessem o calote em suas dívidas.

Após a crise, os bancos buscaram conter o estrago cortando novos empréstimos e tentando recuperar o crédito já concedido. Mas a perda repentina do acesso ao crédito causou grandes problemas para muitos países latino-americanos, mergulhando estes em recessões profundas e evidenciando as falhas de suas políticas econômicas. A crise mostrou como que os mercados em desenvolvimento são vulneráveis e deixou clara a necessidade de melhores estratégias de gestão da dívida. No total, 16 países latino-americanos e 11 outros países tiveram que reestruturar suas dívidas, marcando um momento importante na história das finanças internacionais.

Crise financeira asiática (1997):

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Crescimento do PIB durante a crise financeira asiática

A crise financeira asiática de 1997, também conhecida como “crise da sopa tom yum kung”, causou grandes problemas no Sudeste Asiático. A partir de janeiro de 1998, a crise financeira tailandesa se espalhou rapidamente para os países vizinhos, como Malásia, Filipinas e Indonésia, e acabou atingindo a Coreia do Sul em outubro. A aposta de George Soros contra o baht tailandês foi um fator importante. Na operação, foram usados contratos a termo para trocar baht por dólares a 26 baht por dólar. Quando a cotação despencou de 25 para 54 baht por dólar, após a migração para o câmbio flutuante em julho de 1997, Soros comprou US$1 bilhão, na nova cotação, e depois usou seus contratos a termo para converter o montante em US$2 bilhões, efetivamente dobrando seu investimento.

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Geografia da crise asiática

Alguns países com economias fortes e caixas reforçados, como Hong Kong, conseguiram proteger suas moedas em meio ao caos. A moeda de Hong Kong é atrelada ao dólar dos EUA, com um sistema reforçado por grandes reservas. Isso ajudou o país a se proteger de várias tentativas de desestabilização. Essa crise mostrou a importância de aplicar políticas econômicas inteligentes e ter uma poupança reforçada. Essa foi uma lição útil para o futuro do sistema financeiro mundial.

Crise do subprime, ou Grande Recessão (2008):

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Crescimento do PIB durante a Grande Recessão

O tombo do mercado imobiliário dos EUA em 2008 levou a uma grande crise econômica global, que ganhou o nome Grande Recessão e também ficou conhecida como “crise do hambúrguer” e “crise das hipotecas subprime”. Esse problema foi graças às práticas perigosas de concessão de crédito: os ativos lastreados em hipotecas estavam ganhando fôlego em meio a um crescimento desordenado. A crise se espalhou rapidamente, afetando grandes empresas financeiras e causando medo em mercados no mundo inteiro.

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Queda de 56% no Índice US500 durante a Grande Recessão

Na época, o boom do mercado imobiliário levou a um grande aumento da concessão do crédito na modalidade hipoteca às famílias americanas. Entre 1998 e 2006, o tamanho equivalente da dívida hipotecária aumentou de 61% para 97% da produção econômica do país. Além da crise financeira, o tombo do mercado imobiliário causou também um revés econômico mais amplo. O setor de imóveis residenciais atingiu seu pico em 2006, quando muitas pessoas empregadas estavam construindo casas novas.

Segundo a Agência Nacional de Pesquisa Econômica (NBER), a recessão começou oficialmente em dezembro de 2007. Em um primeiro momento, os problemas não eram tão graves. Porém, por volta de setembro de 2008, as questões econômicas se agravaram intensamente com os grandes problemas no mercado financeiro. A resultante retração econômica fez com que os EUA fechassem o produto interno bruto com uma queda de 4,3% (medidos do ponto máximo ao ponto mínimo). Isso colocou a Grande Recessão na posição de pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. A crise durou dezoito meses e se tornou também a mais longa recessão desse período. O desemprego, que estava abaixo de 5%, subiu para 10%.

Crise da pandemia de covid-19 (2020):

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Taxa de desemprego durante a pandemia de COVID-19

Em 2020, o mundo passou por uma enorme crise com a disseminação global da covid-19, que causou problemas econômicos e também de saúde. As empresas fecharam, as cadeias de abastecimento foram interrompidas e as pessoas perderam disposição para consumir, provocando uma grande retração na atividade econômica. Os governos tiveram que tomar medidas firmes para impulsionar a economia e evitar que a situação piorasse ainda mais. Essa crise foi um lembrete de como o mundo atual é interligado. Ela também mostrou como a economia global é delicada e como é importante ter o devido preparo para problemas imprevistos.

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PIB real durante a pandemia de COVID-19

O primeiro sinal de problema na economia surgiu quando o mercado de ações despencou, no final de fevereiro e em março de 2020, fazendo com que os principais índices de ações registrassem quedas de 20% a 30%. Isso provocou a perda de empregos em massa em muitos países. Os sistemas de seguro-desemprego ficaram sobrecarregados com tamanha procura. Em outubro do mesmo ano, somente nos Estados Unidos, mais de 10 milhões de pessoas já haviam entrado com pedidos de seguro-desemprego. A Organização das Nações Unidas (ONU) previu uma crise global de desemprego. Para o segundo trimestre de 2020, a perda de produtividade projetada era de 195 milhões de empregos em tempo integral. Os países em desenvolvimento também tiveram seus próprios desafios. Cidadãos que trabalhavam no exterior mandaram menos dinheiro para casa e muita gente perdeu a capacidade de comprar alimentos devido aos efeitos da pandemia.

Dúvidas

O que é uma crise financeira global?

Uma crise financeira global é um grande problema econômico que afeta muitos países e regiões simultaneamente. Ela provoca estragos no mercado financeiro: tombos no mercado de ações, problemas no setor bancário e desvalorização do dinheiro (inflação). Essas crises costumam causar retração na atividade econômica. Muitas pessoas perdem o emprego e os setores de comércio e investimentos passam por problemas.

Qual foi a maior crise financeira do mundo?

A Grande Depressão, da década de 1930, é considerada a maior crise da história mundial. Ela começou com o tombo do mercado de ações, em 1929, que resultou em muitos anos de problemas econômicos no mundo inteiro. Muitas pessoas perderam o emprego, os bancos faliram e a produção diminuiu. Isso afetou países no mundo inteiro, causando grandes problemas econômicos e sociais.

Há algum país passando por uma crise financeira?

Problemas financeiros podem ocorrer em qualquer país, independentemente de seu tamanho ou grau de desenvolvimento. Ao longo da história, muitos países passaram por crises financeiras devido ao acúmulo de dívidas, ao estouro de bolhas econômicas ou a choques repentinos vindos do exterior. São alguns exemplos mais recentes: a Grécia, na crise da dívida europeia; a Argentina, com o problema da dívida pública; e a Venezuela, que vem passando por inflação alta e problemas econômicos.

Resumo

A história das crises financeiras nos mostra como a economia global é delicada e como os países estão interligados atualmente. Da Grande Depressão à pandemia de covid-19, cada grande crise deixou um impacto duradouro nas comunidades e economias, mudando os rumos das nações e remodelando o funcionamento das finanças globais. Em tempos de crise, a negociação Forex é um meio importante de lidar com a incerteza. Essa modalidade de negociação oferece ao investidor a oportunidade de se proteger dos riscos e ganhar dinheiro com as mudanças no mercado. Analisando essas épocas de dificuldades, fica claro que a capacidade de reação, a adaptação e o bom planejamento são qualidades importantes para prevenir crises futuras e reforçar o sistema financeiro.

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