Retrações
Geralmente, a correção testa um dos níveis de Fibonacci da onda anterior. Os níveis mais comuns são 0,236; 0,382; 0,5; 0,618 e 0,786. O último é √0,618, que costuma ser um nível útil. Como já vimos no artigo anterior, existe a alternância, que significa que existe uma relação especial entre as ondas dois e quatro de um impulso. Uma dessas correções pode ser aguda, enquanto a outra pode se manifestar em forma lateral. É nesse momento que podemos recorrer aos níveis de Fibonacci. Portanto, vamos a alguns exemplos.
O gráfico abaixo representa a relação clássica entre a segunda onda e a quarta onda. A onda ((ii)) atingiu o nível 0,618. A onda ((iv)) atingiu apenas o nível 0,382 da onda ((iii)). Na maioria dos casos, a segunda onda é mais profunda, em relação à onda anterior, do que a quarta onda. Assim, na maioria dos casos, devemos observar o nível 0,618 como alvo principal para a segunda onda. Mas como sempre há certas exceções, estas orientações não são absolutamente rigorosas.
Como citado acima, o nível 0,786 também pode ser um alvo. O próximo gráfico mostra exatamente esse caso. A onda ((ii)), assim como a onda (ii) posteriormente, terminou em 0,786. Ambas as ondas deram sequência a ondas baixistas. Por outro lado, ambas as ondas (iv) e ((iv)) retraçaram apenas 0,236 da terceira onda formada anteriormente. E assim temos mais um exemplo do funcionamento da alternância.
Qual nível devemos escolher como alvo
Embora o nível 0,618 seja o alvo principal para a onda dois, também devemos observar a estrutura da correção. Logo, só podemos dar a onda dois como encerrada quando dois fatores se fizerem presentes, como uma estrutura de correção encerrada e um recuo (pullback) de um dos níveis de Fibonacci. Esta abordagem reduz o risco de abrir operações precipitadamente e das perdas decorrentes disso.
Vejamos a onda ((iv)), que assumiu a forma de um triângulo. O fim desse padrão testou o nível 0,236, que disparou uma baixa de cinco ondas. Isso mostra que devemos associar o fim do triângulo e os níveis de Fibonacci, mas isso não inclui as partes internas do padrão.
Se o movimento for tão forte assim, as ondas dois podem ser fracas. O gráfico seguinte representa tal caso. Ambas as ondas (ii) e ii chegaram apenas em seus respectivos níveis 0,382 e o mercado continuou subindo. Novamente: é tudo questão de forma. Se temos um movimento de preço de três ondas, o qual podemos considerar uma correção completa, e então ocorre um recuo a partir do nível 0,382, isso pode ser o suficiente para a onda dois. Por outro lado, devemos ter em mente a possibilidade de uma correção prolongada, na forma de um zigue-zague duplo. Logo, seja qual for o padrão ou recuo observado, nada justifica dispensar a gestão e o gerenciamento de riscos.
Às vezes, a onda dois oscila na faixa entre os níveis 0,5 e 0,618. Se houver alguns recuos nesses níveis, é mais um indício de que a onda dois está prestes a acabar. Além disso, durante a extensão, é comum ter uma onda dois relativamente pequena. Observe no gráfico abaixo que a onda (ii) terminou no nível 0,236, assim como a onda (iv). Isso é mais comum no mercado de ações, no qual altas disparadas são um tanto frequentes. Em momentos assim, o preço não tem tempo para correções mais profundas.
Extensões de Fibonacci de ondas motrizes (múltiplos)
Podemos usar o recurso Extensão de Fibonacci para prever o comprimento das ondas três e cinco. Para a terceira onda, o alvo mais comum é o múltiplo de 1,618 da primeira onda. A quinta onda tende a atingir o múltiplo de 0,618 da terceira onda. O próximo gráfico mostra essas relações clássicas.
Às vezes, a extensão na terceira onda se alonga bastante. Em tal caso, devemos observar os níveis 2,618; 2 e 3,618 como possíveis alvos. Observe no gráfico abaixo que a onda 3 terminou entre os níveis 2,618 e 3,618. Mais uma vez: tudo depende da estrutura da onda. Portanto, se a terceira onda chega no nível 1,618, mas não há movimento de preço de cinco ondas concluído, então a abordagem lógica é observar os próximos níveis em busca de um alvo.
De vez em quando, os múltiplos de 1 e 2 também podem servir. No próximo gráfico, a onda (iii) de ((a)) terminou no nível 1. Já a onda (iii) de ((c)) chegou nos múltiplos de 2. Em ambos os casos, a estrutura interna da terceira onda ajudou a identificar um possível fim do impulso.
Vamos agora às ondas (i) e (v) de ((c)), que são iguais. Geralmente, isso acontece quando a terceira onda é maior que o múltiplo de 1,618. Porém, vale lembrar: devemos primeiro recorrer à estrutura da onda.
Moral da história
As relações de Fibonacci são o núcleo do Princípio das Ondas de Elliott. Visto que a estrutura de uma onda em formação pode apontar o nível de Fibonacci correto como alvo, devemos sempre tentar associar a onda atual e o nível mais próximo para conseguir os melhores resultados.